Rentabilidade Histórica do S&P 500 (e como fazer para que este seja um bom momento)
Os mercados têm operado com extrema volatilidade por conta das incertezas causadas pela recente pandemia do Covid-19. Isto nos leva a pensar em crise. Mas, independente deste cenário, quando olhamos horizontes mais longos observamos que o S&P 500 tem obtido resultados históricos excepcionais. Estes resultados só ocorrem quando aliados ao tempo.
Características
Para compreender bem o cenário, é necessário ter em conta algumas informações. O S&P500 é calculado com base no valor de mercado das ações das 500 maiores empresas negociadas nas bolsas americanas e que devem cumprir com alguns requisitos, entre eles:
Ter mais de 50% do seu capital livre em negociação,
Níveis mínimos de papéis negociados diariamente,
Valor de mercado superior a USD 8,7 bilhões.
Além disso, é atualizado trimestralmente de forma que empresas que deixem de cumprir os requisitos são substituídas automaticamente e o cálculo do índice é atualizado.
Outras características que fazem com que o índice seja referência mundial (benchmarks) para investimentos:
É calculado com a metodologia atual desde 1957 pela Standard & Poors,
Referência para medidas operacionais, como circuit brake da NYSE,
As 500 maiores empresas americanas são, de forma geral, negócios globalizados com braços em todas as regiões do mundo, o que faz com que sua resiliência seja altíssima.
Resultados
Quanto aos resultados, tendo como base a série histórica de 1970 a 2019 (50 anos) observamos o seguinte:
Para períodos de 05 anos, a rentabilidade anual média foi de 10,72% , chegando a atingir médias máximas de 28,56% e mínimas de -2,35%.
Para períodos de 10 anos, a rentabilidade anual média foi de 10,96% , chegando a atingir médias máximas de 19,21% e mínimas de -1,38%.
Para períodos de 15 anos, a rentabilidade anual média foi de 11,19% , chegando a atingir médias máximas de 18,93% e mínimas de 4,24%.
Para períodos de 20 anos, a rentabilidade anual média foi de 11,45% , chegando a atingir médias máximas de 17,88% e mínimas de 5,22%.
Para períodos de 25 anos, a rentabilidade anual média foi de 11,74% , chegando a atingir médias máximas de 17,25% e mínimas de 8,60%.
Salta à vista que, quanto maior o período, maior o rentabilidade média geral e as médias máximas e mínimas se aproximam do centro.
Rentabilidades na casa de 8% ao ano permitem que o capital investido dobre de valor a cada 8 anos aproximadamente em termos nominais (ou a cada 13 anos em termos reais quando consideramos a média de inflação anual do dólar de 2,2%).
Conclusão
Observou-se níveis de volatilidade como os atuais na crise de 2008. Dados podem ser consultados em tempo real aqui (https://www.investing.com/indices/volatility-s-p-500-chart).
Entretanto, pelo conjunto de suas características, o índice atende muito bem investidores com estas premissas:
Em processo de acumulação de capital
Vejam uma conexão com o seu investimento presente e um projeto de médio e longo prazo
Dispostos a fazer aportes periódicos em sua carteira de investimentos offshore
Compreendam que a volatilidade pode ser um grande aliado ao permitir que sejam criadas oportunidades de compra com desconto de valores e não motivo de desespero
Preferem uma abordagem passiva (sem intervenções) em parte ou no total de sua carteira offshore
Maneiras de investir
Investimentos no S&P 500 podem ser feitos através da compra de cotas de seus vários ETFs tanto no Brasil quanto no exterior. No Brasil é oferecido na B3 pela iShares sob código de negociação IVVB1 com uma taxa de administração de 0,24% a.a.. Neste caso, o tratamento fiscal é o mesmo de qualquer ação no Brasil.
Já no exterior, pode ser adquirido em plataformas de investimentos de corretoras, via produtos como notas estruturadas ou planos de investimento dentro de Trusts. As opções são várias. Vale ressaltar que as taxas de administração do ETF costumam ser muito menores que no Brasil, a versão da Vanguard S&P 500 ETF (VDO) custa somente 0,03% a.a.. Estruturas de investimento no exterior podem oferecer possibilidade de diferimento fiscal, de forma a otimizar os ganhos da carteira.